A comunicação destaca-se dentre os principais desafios enfrentados pelos auditores durante a execução de auditorias. É essencial que, durante todo o processo de auditoria, haja comunicação clara e eficiente com o auditado, obtendo junto a ele as informações necessárias ao trabalho, bem como fornecendo informações sobre os achados identificados pela equipe de auditores.
Um desafio enfrentado pelos auditores é quando o custo de obtenção não atende a critérios de custo-benefício. Por isso, a busca das evidências necessárias para responder às questões de auditoria deve ser focada; ou seja, não se devem coletar materiais distintos dos planejados para evitar grandes quantidades de informações desnecessárias e/ou irrelevantes. Outro desafio é o fato de indício não ser evidência; por isso é fundamental dar conhecimento das ocorrências, solicitando esclarecimentos e manifestações formais dos auditados. Dessa maneira, os desafios citados podem ser superados para garantir uma avaliação eficaz e transparente da gestão pública.
Dada a complexidade do trabalho de auditoria, é importante salientar o quanto o planejamento de uma ação de auditoria impacta sua boa execução. Trabalho em um órgão federal que realiza auditorias de programas de transferências de recursos aos estados e municípios e, durante esta aula, cheguei à conclusão que planejar monitoramentos é a parte mais controlável do processo de auditar e, quando realizada de forma exaustiva, permite mais ferramentas para lidar com as variáveis encontradas no trabalho de campo (principalmente, considerando um campo tão vasto quanto é o nosso país).
Alguns desafios enfrentados pelos auditores são as chamadas fragilidades em evidências, por exemplo: Baseadas em apenas uma fonte; provenientes apenas do gestor ou da equipe auditada; obtidas de amostras não representativas; entre outras. Por estes motivos a escolha de uma técnica de auditoria é muito importante na fase do planejamento. Quando se faz um bom planejamento estes desafios são minimizados e as chances de sucesso aumentam consideravelmente.
Devido à atipicidade das atividades estatais, o auditor e sua equipe deverão conhecer muito bem as leis e os princípios que norteiam a administração pública, além de áreas como contabilidade e finanças governamentais.
Por isso, antes de colocar em execução os trabalhos de auditoria, é preciso um bom planejamento e um nível de conhecimento adequado sobre as atividades realizadas, ainda mais no setor público, que desempenham atividades complexas (e sendo assim, quanto maior a complexidade e os riscos, exigirão evidências em qualidade e quantidades superiores ás normais). Logo, está aí o desafio.
Se o auditor não tiver os recursos necessários para identificar os problemas e mitigar os riscos, as auditorias não alcançaram o resultado de sucesso esperado. Assim, a fase de execução, também conhecida como “trabalho de campo”, dado que é predominantemente executada nas dependências da entidade auditada, deve seguir o plano de trabalho pré-estabelecido, no qual o programa de auditoria é executado mediante a aplicação dos procedimentos e técnicas estabelecidos na fase de planejamento.
É nesta fase em que o auditor, por meio de uma sequência lógica de atividades estabelecidas no programa de auditoria – os procedimentos de auditoria – realiza testes, coleta evidências, desenvolve os achados ou constatações e documenta o trabalho realizado, tudo com observância das normas, do método ou dos padrões de auditoria, com vistas à elaboração do relatório de auditoria.
Os trabalhos devem ser realizados com independência e autonomia, observando o seguinte:
- a coleta dos trabalhos é feita in loco, e serão utilizadas as técnicas estabelecidas na fase de planejamento;
- o desafio é coletar as evidências que darão suporte ao relato e emissão de opinião pela equipe de auditoria;
- a busca das evidências necessárias para responder as questões de auditoria deve ser focada, ou seja, devem estar de acordo com o planejamento prévio. E como setor público governamental é complexo, o desafio é separar as informações essenciais das desnecessárias e irrelevantes;
- quanto maiores os riscos e a complexidade, como os da atividade estatal, exigirão evidências em qualidade e quantidades superiores ás normais;
- a equipe de auditoria deve determinar a quantidade e o tipo de evidências necessárias para atender aos objetivos e ao plano de auditoria;
- achar evidências válidas, confiáveis, relevantes e suficientes para atender os objetivos e planos da auditoria e fundamentar o parecer;
- evitar evidências frágeis;
Conforme IN 3/2027 da CGU, para a execução adequada dos trabalhos, os auditores internos governamentais devem ter livre acesso a todas as dependências da Unidade Auditada, assim como a seus servidores ou empregados, informações, processos, bancos de dados e sistemas. Eventuais limitações de acesso devem ser comunicadas, de imediato e por escrito, à alta administração ou ao conselho, se houver, com solicitação de adoção das providências necessárias à continuidade dos trabalhos de auditoria.
A independência da auditoria em relação à responsabilidades da gestão, no caso a gestão pública, é fundamental para sua objetividade, autoridade e credibilidade. É estabelecida por meio de prestação de contas ao órgão de governança; acesso irrestrito a pessoas, recursos e dados necessários para concluir seu trabalho e corroborar no sucesso esperado; e liberdade de viés ou interferência no planejamento e prestação de serviços de auditoria.
E, portanto, como a atividade estatal é complexa e desafiadora, ter livre acesso a ela é um dos desafios para corroborar num bom trabalho de auditoria, com zelo, ética e integridade, a fim de garantir uma avaliação eficaz e transparente.
A Controladoria-Geral da União (CGU) realiza o mandamento constitucional de avaliação da execução dos programas de governo e dos resultados da gestão dos recursos públicos no âmbito da Administração Pública Federal. A Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) é a Unidade da CGU responsável pela atividade de Auditoria Interna Governamental (AIG) no Poder Executivo Federal.
Apesar da elevação gradual dos recursos destinados a compras públicas, a CGU observou diminuição sem sua capacidade operacional no período de 2012 a 2022, período em que não houve novos concursos para ingresso de servidores. Nesse período observou-se 864 vacâncias, redução de 28% da força de trabalho.
Pela relevância do assunto, a OCDE indica a necessidade de controles internos e de auditorias regulares, realizadas frequentemente, para garantir conformidade legal e regulatória das compras e para o devido monitoramento do desempenho do sistema de compras públicas.
Nesse contexto, considerando a relevância das compras públicas, os riscos envolvidos e o crescente volume monetário aplicado, surgem no mundo as ferramentas de emissão de alertas em compras públicas. Os alertas indicam possíveis fraudes e desconformidades ao longo do processo de compras (Tátrai & Németh, 2018). Paralelamente, amplia-se o uso de ferramentas como a automação robótica de processos (Robotic Process Automation – RPA). Trata-se de robôs treinados para executar tarefas manuais e repetitivas, reduzindo os custos, a carga de trabalho e os erros dos humanos. Assim, as pessoas podem ser alocadas em questões mais importantes, que exigem percepção e decisão humana (Fantina, Storozhuk, & Goyal, 2022).
Enfim esses desafios poderão ser superados ou minimizados ao máximo para garantir uma avaliação eficaz e transparente da gestão pública, com o uso e desenvolvimento de ferramentas administrativas e computacionais vem demonstrando índices crescentes da capacidade dos servidores da CGU de enfrentarem desafios para cumprirem com maestria o seu objetivo de agregar valor à gestão pública. A incorporação de novas tecnologias nas rotinas cotidianas da CGU pode abrir uma série de oportunidades de aperfeiçoamento de processos, aumento de eficiência e mitigação de riscos à administração pública. Para o futuro tem que ser observada a oportunidade ampliação do uso de inteligência artificial e elaboração de novas, permitindo que a auditoria possa contribuir nos estágios iniciais dos processos de auditagem. A incorporação de análises informações de compras de Estados e Municípios também é oportuna para ampliar nacionalmente os benefícios a serem gerados.
As principais atividades realizadas durante a execução são: Desenvolvimento dos trabalhos de campo; Análise dos dados coletados; Elaboração dos achados de auditoria; Validação dos achados com o gestor.
Nos trabalhos de campo serão coletadas as evidências que darão suporte ao relato e emissão de opinião pela equipe de Auditoria e Fiscalização. Evidência é o conjunto de elementos comprobatórios suficientes, adequados e pertinentes, obtidos através da aplicação das técnicas de auditoria/fiscalização.
Os principais desafios nessa etapa da auditoria interna são as fragilidades das evidências. São consideradas frágeis, as evidências: Baseadas em apenas uma fonte; Testemunhais não corroboradas por documento ou observação; Cujo custo de obtenção não atende a critérios de custo-benefício; Provenientes apenas do gestor ou da equipe auditada; Cuja única fonte é parcial com relação ao resultado do trabalho; Obtidas de amostras não-representativas; Relacionadas a ocorrência isolada; Conflitantes.
A equipe deve determinar a quantidade e o tipo de evidências necessárias para atender aos objetivos e ao plano de auditoria. A fim de confrontar os desafios listados acima, deverão ser colhidas evidências com os seguintes atributos:
• Validade – a evidência deve ser legítima, ou seja, baseada em informações precisas e confiáveis;
• Confiabilidade – garantia de que serão obtidos os mesmos resultados se a auditoria for repetida;
• Relevância – precisa se relacionar de forma clara e lógica aos critérios e objetivos da auditoria;
• Suficiência – a quantidade e qualidade das evidências obtidas devem suportar de forma inequívoca os achados e conclusões dos auditores.
Esses cuidados serão determinantes para que o trabalho alcance o objetivo de avaliar a gestão pública de forma eficaz e transparente.
Eficiência
É capaz de determinar o andamento da gestão pública, de maneira que todos os envolvidos também sejam impactados.
O que se espera é que o exercício dessa gestão ocorra de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracias, visando qualidade.
O principal objetivo precisa estar na adoção de critérios morais e legais para a melhor utilização dos recursos públicos para o desenvolvimento e rentabilidade social.
Efetividade
Fator responsável por garantir que as ações realizadas estão resultando em benefícios à população. Indica quais objetivos têm sido alcançados.
Eficácia
Está ligada à relação entre resultados e objetivos. É um fator importante para compreender o ambiente, necessidades, desafios e capacidade na resolução de um problema.
Quanto maior o grau de realização de objetivos mais a gestão é eficaz.
Economicidade
Engloba os fatores eficiência, eficácia e efetividade. A gestão pública se torna econômica, quando é eficiente resultando em mais benefícios com aplicação menor de recursos.
Os principais desafios enfrentados pelos auditores a execução das auditoria é primeiramente a escolha da melhor técnica de abordagem que seja válida, mas esse desafio podem ser superados pelo aplicação de técnicas disponíveis em normas que tratam das auditorias e detalham todas elas.