Teorias das Políticas Públicas.

políticas públicas – Jornal da USP

TEORIAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS – PARTE 1

O campo das políticas públicas tem sido influenciado por uma variedade de teorias e modelos de análise. Entre as teorias contemporâneas, destacam-se as abordagens de redes de políticas públicas e coalizões de defesa. Conforme argumentam autores como Rhodes (1997) e Sabatier (1999), a gestão de políticas públicas é cada vez mais complexa e envolve diversos atores, tanto dentro quanto fora do setor público.

A perspectiva de redes de políticas públicas reconhece que as políticas são criadas e implementadas por uma rede de atores que incluem governos, organizações privadas, grupos de interesse e cidadãos. A governança é compartilhada entre esses atores, e a colaboração é necessária para atingir os objetivos das políticas públicas. Já a abordagem de coalizões de defesa enfatiza o papel de grupos de interesse que se unem para influenciar a tomada de decisão no processo político. Esses grupos podem ser formais ou informais, e sua capacidade de influenciar a política depende de sua habilidade de construir alianças estratégicas (Sabatier, 1988).

Esses conceitos estão associados a um movimento mais amplo de diminuição do papel do Estado como executor direto das políticas públicas, em favor de uma estrutura mais colaborativa e policêntrica. Essa nova estrutura requer a construção de redes e coalizões de defesa, que permitem que os atores cooperem para atingir objetivos compartilhados.

O conceito de governabilidade também é relevante nesse contexto. A governabilidade refere-se à capacidade do governo de governar efetivamente, levando em conta a legitimidade e o apoio político e social. A governabilidade é fundamental para o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas. No entanto, ela não garante automaticamente o sucesso das políticas públicas. É necessário também ter em mente o conceito de governança, que se refere à capacidade de gestão e implementação das políticas públicas.

As teorias contemporâneas de políticas públicas destacam a complexidade das políticas públicas e a necessidade de colaboração entre atores diversos. A construção de redes de políticas públicas e coalizões de defesa é vista como uma forma eficaz de lidar com essa complexidade. Além disso, é importante reconhecer a importância tanto da governabilidade quanto da governança para o sucesso das políticas públicas.

REDES DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Redes de computadores o que é tipos e funções

Nos últimos anos, as redes de políticas públicas se tornaram uma área de estudo relevante no campo da administração pública e das políticas públicas. As redes são estruturas multifacetadas que envolvem diferentes atores, como governo, organizações da sociedade civil e empresas, em um processo colaborativo para resolver problemas públicos complexos. Nesse item, serão apresentados os principais conceitos e modelos teóricos das redes de políticas públicas, bem como as suas aplicações práticas.

As redes de políticas públicas são definidas como estruturas complexas de múltiplos atores que trabalham juntos para lidar com problemas públicos complexos que não podem ser resolvidos por um único ator ou por um único setor. Esses problemas requerem abordagens inovadoras e colaborativas, envolvendo diferentes formas de expertise e recursos. As redes de políticas públicas têm sido estudadas sob diferentes perspectivas teóricas, como a teoria de redes, a teoria de governança, a teoria de advocacy e a teoria da coalizão.

A teoria de redes enfatiza a importância da estrutura das relações entre os atores em uma rede de políticas públicas. Essa estrutura pode ser analisada em termos de densidade, centralidade e conectividade, e influencia a eficácia e a eficiência da rede. A teoria de governança, por sua vez, enfatiza o papel das normas, valores e regras na regulação da colaboração entre os atores. A teoria de advocacy destaca a importância da mobilização de recursos e da pressão política para a promoção de mudanças em políticas públicas, enquanto a teoria da coalizão enfatiza a importância da formação de alianças estratégicas entre os atores.

é importante mencionar que a abordagem das redes tem sido amplamente utilizada como uma forma de compreender a complexidade das interações entre os diversos atores envolvidos na implementação de políticas públicas. A rede pode ser entendida como um conjunto de atores interdependentes, que interagem entre si para alcançar objetivos comuns.

Segundo Klijn e Koppenjan (2016), as redes de políticas públicas são caracterizadas por três elementos principais: atores, relações e recursos. Os atores são indivíduos ou organizações que possuem interesses e recursos que podem ser mobilizados em prol da implementação da política pública. As relações entre esses atores são as interações que ocorrem entre eles, que podem ser de natureza colaborativa ou conflitante. Os recursos referem-se aos meios que os atores possuem para alcançar seus objetivos, como recursos financeiros, humanos e tecnológicos.

Ainda de acordo com Klijn e Koppenjan (2016), as redes de políticas públicas podem ser classificadas em três tipos: redes de governo, redes de governança e redes de governo-governança. As redes de governo são aquelas em que o Estado exerce um papel central na coordenação da implementação da política pública, enquanto as redes de governança são caracterizadas por uma maior participação da sociedade civil e do setor privado na coordenação da implementação da política pública. As redes de governo-governança combinam elementos das duas abordagens anteriores, com o Estado desempenhando um papel importante na coordenação, mas com uma maior participação da sociedade civil e do setor privado.

Além disso, é importante mencionar que as redes de políticas públicas podem ser influenciadas por diversos fatores, como interesses políticos, pressões de grupos de interesse, contextos históricos, culturais e institucionais, entre outros. Devido a essa complexidade, as redes de políticas públicas exigem uma abordagem integrada e holística para a análise e gestão. Nesse sentido, autores como Rhodes (1997) e Sørensen e Torfing (2007) destacam a importância da abordagem de governança em redes, que busca entender as dinâmicas de poder e influência entre os diversos atores envolvidos na implementação da política pública. Essa abordagem enfatiza a importância da colaboração, do diálogo e da construção de consensos entre os atores envolvidos na rede.

Aplicações práticas

As redes de políticas públicas têm sido aplicadas em diversos contextos, como saúde, educação, meio ambiente e segurança pública. No Brasil, a experiência mais conhecida é a Rede de Saúde Mental e Economia Solidária, que envolve diferentes atores na promoção de políticas públicas para a inclusão social de pessoas com transtornos mentais.

Outra aplicação prática das redes de políticas públicas é a sua utilização na promoção da participação cidadã e da transparência. As redes podem ser utilizadas para promover a colaboração entre governos e sociedade civil na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. Além disso, as redes podem ser utilizadas como uma ferramenta para a monitoração e a avaliação das políticas públicas, uma vez que permitem a coleta de informações de diferentes fontes e a análise de múltiplas perspectivas.

Por fim, é importante ressaltar que a abordagem das redes de políticas públicas tem sido amplamente utilizada no Brasil, em particular na análise de políticas sociais e ambientais. Autores como Dagnino et al. (2014) e Abrucio e Costa (2015) destacam a importância das redes na construção de soluções integradas e participativas para os desafios enfrentados pelas políticas públicas no país.

As redes de políticas públicas têm se mostrado uma abordagem eficaz para a resolução de problemas públicos complexos em diferentes áreas. Os seus modelos teóricos fornecem uma base sólida para a análise e o desenvolvimento de redes de políticas públicas. As suas aplicações práticas têm demonstrado que as redes são uma ferramenta poderosa para a promoção da colaboração, da participação cidadã e da transparência na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas.

COALIZÕES DE DEFESA

Trabalho em equipe faz a diferença - Grupo Amanhã

O sistema de coalizões de defesa é um elemento fundamental da estrutura de políticas públicas, e essa expressão é derivada do termo Advocacy Coalition Framework (ACF). Diversos modelos teóricos foram desenvolvidos no campo das políticas públicas para explicar o processo complexo de formulação e implementação de políticas públicas. O modelo tradicional, conhecido como o ciclo de políticas públicas, compreende fases como formação de agenda, formulação, implementação e avaliação. No entanto, existem métodos de estudo mais analíticos, como o Modelo de Coalizões de Defesa, que insere as políticas públicas em ambientes mais dinâmicos. Essa visão permite compreender as políticas públicas sob o ponto de vista do processo de mudança pelo qual elas passam, reconhecendo a necessidade de defender interesses que não são estáticos, uma vez que as demandas da sociedade mudam com o tempo.

A maioria das bibliografias sugere uma fuga das noções tradicionais do "triângulo de ferro", que considera apenas os atores em vários níveis de governo na formulação e implementação de políticas. Esses modelos também consideram os jornalistas, pesquisadores e analistas políticos que desempenham papéis importantes na geração e disseminação de políticas públicas. De acordo com Sabatier (1989, p. 139), o meio mais útil para agregar atores, a fim de compreender a mudança política em longos períodos de tempo, é por meio de "coalizões de defesa". Essas coalizões são formadas por pessoas de diversas posições (eleitos e agentes oficiais, líderes de grupos de interesse, pesquisadores) que compartilham um sistema de crenças em particular - ou seja, valores básicos, suposições causais e percepções acerca de problemas - e que apresentam um grau de atividades coordenadas ao longo do tempo.

O Modelo de Coalizão de Defesa é um modelo de análise que busca fugir da sistematização do ciclo de políticas públicas. Sabatier e Weible (2007) afirmam que o ACF está alicerçado sobre três bases: 1) nível macro, no qual a maior parte das políticas ocorre entre os especialistas dentro de um subsistema de política, mas seu comportamento é afetado por amplos fatores socioeconômicos e do sistema político; 2) nível meso, no qual a solução para lidar com a multiplicidade de atores em um subsistema é agregá-los em coalizões de defesa; e 3) nível micro (modelo do indivíduo), no qual a convicção vem a partir da psicologia social.

O modelo de coalizão de defesa defende a ideia de que os atores têm crenças políticas fortes e que buscam maneiras de transformar suas crenças em políticas reais. Assim, o modelo não permanece apenas em um nível teórico, mas busca atingir seu aspecto prático. (Sabatier, 1989; Sabatier e Weible, 2007).

TEORIA DE GOVERNANÇA

Evolução e desafios na Governança Corporativa – C&S Projetos e Mercado

A teoria de governança é uma abordagem que enfoca a forma como as políticas públicas são formuladas, implementadas e avaliadas em contextos complexos e dinâmicos. Ela destaca a importância da colaboração e coordenação entre atores públicos e privados em diferentes níveis de governança para alcançar objetivos comuns.

Autores como Osborne e Gaebler (1992) cunharam o termo "governança empreendedora", que destaca a necessidade de uma gestão pública mais flexível, focada em resultados e orientada para o mercado. Já a literatura sobre governança corporativa, iniciada por autores como Jensen e Meckling (1976), inspirou a aplicação do conceito ao setor público.

A teoria de governança é amplamente utilizada na análise de políticas públicas, especialmente no estudo de políticas complexas e interdependentes, como as políticas de meio ambiente, saúde e educação. Autores como Rhodes (1996) e Kooiman (1993) propuseram modelos de governança que enfatizam a importância da colaboração, redes de atores e múltiplas formas de regulação.

A teoria de governança também destaca a importância da participação cidadã e da transparência nas políticas públicas. Autores como Gaventa (2006) e Fung (2015) defendem a necessidade de uma "governança participativa", que envolva a sociedade civil na formulação e implementação de políticas públicas.

A literatura sobre governança continua a evoluir, com novas abordagens sendo propostas para lidar com os desafios emergentes da gestão pública. Autores como Sørensen e Torfing (2011) propuseram o conceito de "governança colaborativa", que enfatiza a importância da cooperação entre atores públicos, privados e civis para resolver problemas complexos.

TEORIA DO CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE LASWELL

Harold Laswell

A teoria do ciclo das políticas públicas de Harold Lasswell é um modelo conceitual que busca explicar como as políticas públicas são formuladas e implementadas. Segundo o modelo, o processo de formulação e implementação de políticas públicas passa por uma sequência lógica de etapas que vão desde a identificação do problema até a avaliação dos resultados obtidos. O modelo foi proposto na década de 1950 por Harold Lasswell, um dos principais teóricos da Ciência Política.

O ciclo das políticas públicas de Lasswell é composto por seis fases: a) agenda-setting (definição da agenda), b) formulação de políticas, c) adoção de políticas, d) implementação de políticas, e) avaliação de políticas, e f) revisão de políticas. De acordo com Lasswell, essas fases não são necessariamente sequenciais e podem ocorrer simultaneamente ou mesmo em ordem inversa.

Na primeira fase, agenda-setting, é identificado um problema que exige uma resposta do governo. O problema pode ser colocado na agenda de políticas públicas por grupos de pressão, organizações da sociedade civil, partidos políticos, governos, mídia ou indivíduos. Na segunda fase, formulação de políticas, são desenvolvidas opções para abordar o problema identificado. Nesta fase, são considerados os recursos disponíveis, os interesses envolvidos, a viabilidade política e a compatibilidade com as políticas existentes.

Na fase da adoção de políticas, as opções formuladas são selecionadas para implementação. Essa seleção pode ser feita pelo poder executivo, pelo legislativo ou por ambos. Na fase de implementação de políticas, as políticas selecionadas são colocadas em prática pelos órgãos responsáveis. Nesta fase, são levados em conta aspectos como a capacidade institucional, a alocação de recursos, a coordenação entre órgãos e a participação da sociedade.

Na fase de avaliação de políticas, é feita uma análise dos resultados obtidos a partir da implementação das políticas públicas. Essa análise pode ser quantitativa ou qualitativa e busca avaliar se os objetivos foram alcançados, se houve impactos negativos ou positivos, e se houve desvios em relação ao previsto. Na sexta e última fase, revisão de políticas, são realizados ajustes e correções nas políticas públicas com base nas avaliações realizadas.

Apesar de ter sido proposta há mais de seis décadas, a teoria do ciclo das políticas públicas de Lasswell ainda é utilizada por estudiosos e profissionais de políticas públicas. O modelo é considerado útil para entender o processo de tomada de decisão governamental e para guiar ações para melhorar a efetividade das políticas públicas.

Referências Bibliográficas

DAGNINO, E.; BRANDÃO, F.; GONZÁLEZ, S. (Org.). Sociedade civil e espaços públicos no Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 2014.

FUNG, A. Putting the public back into governance: the challenges of citizen participation and its future. Public Administration Review, v. 75, n. 4, p. 513-522, 2015.

GAVENTA, J. Power and participation. Development in Practice, v. 16, n. 2, p. 126-135, 2006.

JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, v. 3, n. 4, p. 305-360, 1976.

KLJIN, Erik-Hans; KOPPENJAN, Joop. Política y gobernanza en la Unión Europea. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 2016.

KOOIMAN, J. Governing as governance. London: Sage Publications, 1993.

LASSWELL, Harold D. The policy orientation. In: DANZIGER, James N. (ed.). Understanding the political world. 6th ed. New York: Pearson Longman, 2008. p. 102-125.

OSBORNE, D.; GAEBLER, T. Reinventing government: how the entrepreneurial spirit is transforming the public sector. Reading: Addison-Wesley, 1992.

RHODES, R. A. W. The new governance: governing without government. Political Studies, v. 44, n. 4, p. 652-667, 1996.

RHODES, R. A. W. Understanding governance: policy networks, governance, reflexivity, and accountability. Buckingham: Open University Press, 1997.

SABATIER, P. A. An advocacy coalition framework of policy change and the role of policy-oriented learning therein. Policy Sciences, v. 21, n. 2-3, p. 129-168, 1988.

SABATIER, Paul A. The advocacy coalition framework: an assessment. In: SABATIER, Paul A. (Ed.). Theories of the policy process. Boulder, CO: Westview Press, 1989. p. 117-166.

SABATIER, P. A. Theories of the policy process. Boulder: Westview Press, 1999.

SABATIER, Paul A.; WEIBLE, Christopher M. The advocacy coalition framework: innovations and clarifications. In: SABATIER, Paul A.; WEIBLE, Christopher M. (Eds.). Theories of the policy process. 3rd ed. Boulder, CO: Westview Press, 2007. p. 189-220.

SØRENSEN, E.; TORFING, J. Enhancing collaborative innovation in the public sector. Administration & Society, v. 43, n. 8, p. 842-868, 2011.

SØRENSEN, E.; TORFING, J. Theories of democratic network governance. New York: Palgrave Macmillan, 2007.

 

Fórum de Discussão

Car@ cursista,

Informamos que a avaliação desta disciplina será realizada através da participação ativa no fórum de discussão. Para isso, é importante que vocês respondam à pergunta proposta ou a qualquer um dos assuntos tratados na aula e também comentem as respostas dos colegas.

Lembrem-se de que a participação é fundamental para o processo de aprendizagem e para enriquecermos nossas reflexões e debates sobre o assunto abordado na disciplina. Portanto, encorajo todos vocês a participarem ativamente do fórum, trazendo suas perspectivas e opiniões sobre o tema.

Além disso, salientamos que a participação no fórum também pode contribuir para a nota de participação, que é uma das formas de avaliação utilizadas nesta disciplina. Dessa forma, é importante que todos se empenhem em participar e contribuir para a construção do conhecimento coletivo.

Lembramos também que o fórum é um espaço de diálogo e respeito mútuo, por isso, é fundamental que todos se expressem com civilidade e cordialidade, evitando qualquer tipo de ofensa ou desrespeito aos colegas.

Por fim, reforçamos o convite para que todos participem ativamente do fórum de discussão, pois isso contribuirá para uma aprendizagem mais rica e efetiva.

Atenciosamente,

Equipe CEGESP

 

Instruções para o envio do e-mail com o(s) comentário(s) do Fórum

1) Tire um print do seu comentário feito no fórum da aula (aperte a tecla “PrtScn” ou “PrintScreen” e depois clique  cole “Ctrl” + “V” no final da area de texto do seu e-mail  ou cole em um arquivo Word e anexe ao e-mail)

2) Colocar o título do e-mail da seguinte forma:

Nome Completo - FORUM da Aula: Nome da aula - Nome da disciplina

Exemplo: José da Silva – FORUM da Aula: Romantismo no Brasil – Literatura brasileira

3) enviar para avaliacao.cegesp@gmail.com

Observação: não enviar para contato@cegesp.com.br ou para contatocegesp@gmail.com, pois as avaliações enviadas para esses emails não serão computadas para o cálculo da média final, sendo atribuída a nota zero para a avaliação enviada para outro e-mail que não seja o avaliacao.cegesp@gmail.com

Optamos por esse tipo de procedimento/controle, porque ficará mais fácil tanto para @ cursista quanto para a equipe pedagógica acompanhar a entrega das avaliações.

Desejamos boa sorte na avaliação!

 

Pergunta de Partida:

Olá a todos! Hoje vamos adentrar ao campo da teoria das políticas públicas, uma área que busca compreender os processos de formulação, implementação e avaliação das políticas adotadas pelos governos. Minha pergunta para iniciar nossa discussão é a seguinte:

Quais são as principais teorias das políticas públicas que vocês consideram relevantes e como elas contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas?

Vamos explorar juntos essas teorias e compartilhar nossas perspectivas e conhecimentos. Aguardo suas contribuições para enriquecer nossa conversa!

 

Tópico: Teorias das Políticas Públicas.

Teorias das políticas públicas

O conhecimento de teorias que abordam e sistematizam as políticas públicas é fundamental para a compreensão dessas estruturas complexas e importantes para a sociedade. Destacamos como as principais teorias das políticas públicas:
Redes de políticas públicas – essa teoria ressalta que as políticas públicas são estruturas complexas, pois seu desenvolvimento perpassa pela atuação de atores interdependentes, podendo ser indivíduos ou organizações, que atuam em diferentes âmbitos e áreas da administração pública. Dessa forma, a colaboração e interação entre os envolvidos é fundamental para a implementação e eficiência das políticas públicas. Essa estrutura pode ser analisada em termos de densidade, centralidade e conectividade, e influencia a eficácia e a eficiência da rede.

Teoria da governança – De acordo com essa teoria, as fases que compõe o processo de políticas públicas se desenvolvem em cenários complexos e muitas vezes instáveis. Ressalta a importância dos diversos atores envolvidos, do setor público, do privado e da sociedade civil atuarem em conjunto e cooperativamente em prol da resolução de problemas e da consecução de objetivos para o bem estar da coletividade. Essa teoria destaca o papel das normas, valores e regras na regulação da colaboração entre os atores.

Teoria das políticas públicas

Dentre as as principais teorias das políticas públicas, destacam-se :
REDES DE POLÍTICAS PÚBLICAS - enfatiza a importância da estrutura das relações entre os atores em uma rede de políticas públicas. Pode ser entendida como um conjunto de atores interdependentes, que interagem entre si para alcançar objetivos comuns.

COALIZÕES DE DEFESA - defende a ideia de que os atores têm crenças políticas fortes e que buscam maneiras de transformar suas crenças em políticas reais. Éum modelo de análise que busca fugir da sistematização do ciclo de políticas públicas.

TEORIA DE GOVERNANÇA - é uma abordagem que enfoca a forma como as políticas públicas são formuladas, implementadas e avaliadas em contextos complexos e dinâmicos. Ela destaca a importância da colaboração e coordenação entre atores públicos e privados em diferentes níveis de governança para alcançar objetivos comuns.

TEORIA DO CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS- é um modelo conceitual que busca explicar como as políticas públicas são formuladas e implementadas. Segundo o modelo, o processo de formulação e implementação de políticas públicas passa por uma sequência lógica de etapas que vão desde a identificação do problema até a avaliação dos resultados obtidos.

Quais são as principais teorias das políticas públicas que vocês consideram relevantes e como elas contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas?

As teorias que considero mais relevantes são: Redes de políticas públicas e as coalizões de defesa.
A primeira e muito relevante para a administração pública, com a participação de diversos atores (governo, sociedade com o seus representantes e empresas) todos colaborando e chegando a um consenso das políticas públicas complexas mais importantes para os cidadãos. As redes formadas por diversos atores atuam em áreas como a saúde, educação e meio ambiente, a aplicação da rede de políticas públicas faz uso da transparência e com isso os cidadãos podem monitorar e avaliar já que a coleta de informações de muitas fontes diferentes e análise de muitas perspectivas. No Brasil esta forma de análise de política pública é muito usada em particular nas áreas sociais e ambientais o que é muito relevante e contribui de forma ímpar na vida dos cidadãos.
A coalizão de defesa trabalha em políticas públicas mais dinâmicas. Este modelo analisa as mudanças que as sociedades precisam podem ocorrer a qualquer momento, pois a necessidade de agora pode não ser a mesma do futuro. Estas coalizões são formadas por pessoas de diversas posições que compartilham suposições casuais e entendimento de problemas que apresentam um padrão ao longo do tempo. É um modelo de análise que busca fugir da sistematização do ciclo de políticas públicas. Este modelo não fica apenas na teoria, mas busca seu aspecto prático. Este modelo contribui para a compreensão dos problemas políticos sociais e suas mudanças, o que é de muita importância para as sociedades de agora e de um futuro próximo.

Teorias das Políticas Públicas.

Existe uma variedade de teorias e modelos de análise das políticas públicas. Entre as teorias contemporâneas, destacam-se as abordagens de redes de políticas públicas e coalizões de defesa.

As redes de políticas públicas são definidas como estruturas complexas de múltiplos atores que trabalham juntos para lidar com problemas públicos complexos que não podem ser resolvidos por um único ator ou por um único setor. Esses problemas requerem abordagens inovadoras e colaborativas, envolvendo diferentes formas de expertise e recursos. As redes de políticas públicas têm sido estudadas sob diferentes perspectivas teóricas, como a teoria de redes, a teoria de governança, a teoria de advocacy e a teoria da coalizão.

A teoria de redes enfatiza a importância da estrutura das relações entre os atores em uma rede de políticas públicas. Essa estrutura pode ser analisada em termos de densidade, centralidade e conectividade, e influencia a eficácia e a eficiência da rede. A teoria de governança, por sua vez, enfatiza o papel das normas, valores e regras na regulação da colaboração entre os atores. A teoria de advocacy destaca a importância da mobilização de recursos e da pressão política para a promoção de mudanças em políticas públicas, enquanto a teoria da coalizão enfatiza a importância da formação de alianças estratégicas entre os atores.

O sistema de coalizões de defesa é um elemento fundamental da estrutura de políticas públicas, e essa expressão é derivada do termo Advocacy Coalition Framework (ACF). Diversos modelos teóricos foram desenvolvidos no campo das políticas públicas para explicar o processo complexo de formulação e implementação de políticas públicas. O modelo tradicional, conhecido como o ciclo de políticas públicas, compreende fases como formação de agenda, formulação, implementação e avaliação. No entanto, existem métodos de estudo mais analíticos, como o Modelo de Coalizões de Defesa, que insere as políticas públicas em ambientes mais dinâmicos. Essa visão permite compreender as políticas públicas sob o ponto de vista do processo de mudança pelo qual elas passam, reconhecendo a necessidade de defender interesses que não são estáticos, uma vez que as demandas da sociedade mudam com o tempo.

O Modelo de Coalizão de Defesa é um modelo de análise que busca fugir da sistematização do ciclo de políticas públicas. Sabatier e Weible (2007) afirmam que o ACF está alicerçado sobre três bases: 1) nível macro, no qual a maior parte das políticas ocorre entre os especialistas dentro de um subsistema de política, mas seu comportamento é afetado por amplos fatores socioeconômicos e do sistema político; 2) nível meso, no qual a solução para lidar com a multiplicidade de atores em um subsistema é agregá-los em coalizões de defesa; e 3) nível micro (modelo do indivíduo), no qual a convicção vem a partir da psicologia social.

A teoria de governança é uma abordagem que enfoca a forma como as políticas públicas são formuladas, implementadas e avaliadas em contextos complexos e dinâmicos. Ela destaca a importância da colaboração e coordenação entre atores públicos e privados em diferentes níveis de governança para alcançar objetivos comuns.

A teoria do ciclo das políticas públicas de Harold Lasswell é um modelo conceitual que busca explicar como as políticas públicas são formuladas e implementadas. Segundo o modelo, o processo de formulação e implementação de políticas públicas passa por uma sequência lógica de etapas que vão desde a identificação do problema até a avaliação dos resultados obtidos. O modelo foi proposto na década de 1950 por Harold Lasswell, um dos principais teóricos da Ciência Política.

O ciclo das políticas públicas de Lasswell é composto por seis fases: a) agenda-setting (definição da agenda), b) formulação de políticas, c) adoção de políticas, d) implementação de políticas, e) avaliação de políticas, e f) revisão de políticas. De acordo com Lasswell, essas fases não são necessariamente sequenciais e podem ocorrer simultaneamente ou mesmo em ordem inversa.

Ciclo: Identificação do problema; Agenda; Formulação; Tomada de Decisão; Implementação; Monitoramento; Avaliação.

Teorias das Políticas Públicas

Modelo Racional-Compreensivo:

Principais Ideias: Baseado na ideia de tomada de decisão racional. Os atores envolvidos buscam otimizar seus objetivos, avaliando cuidadosamente as alternativas disponíveis.
Contribuição: Oferece uma visão sistemática do processo decisório, destacando a importância da análise de custo-benefício e da maximização dos objetivos.
Modelo Incrementalista:

Principais Ideias: Sugere que as políticas públicas evoluem de maneira incremental, com mudanças graduais em relação a políticas existentes. Destaca a importância da tradição e da continuidade.
Contribuição: Reconhece as limitações da tomada de decisão racional e destaca a influência do passado na formulação de políticas.
Advocacy Coalition Framework (ACF):

Principais Ideias: Enfatiza a formação de coalizões de atores que compartilham crenças e objetivos comuns. As políticas resultam da competição entre diferentes coalizões.
Contribuição: Destaca a importância das crenças e valores compartilhados na formação de políticas, reconhecendo a diversidade de interesses e a dinâmica política.
Teoria Institucional:

Principais Ideias: Examina o papel das instituições na formulação e implementação de políticas. Destaca a influência das regras, normas e procedimentos formais e informais.
Contribuição: Enfatiza a importância das estruturas institucionais na determinação do comportamento dos atores e na conformação das políticas.
Modelo de Múltiplos Fluxos (Multiple Streams Framework - MSF):

Principais Ideias: Sugere que existem "correntes" independentes de problemas, soluções e políticas. A convergência dessas correntes leva à adoção de políticas.
Contribuição: Ajuda a explicar por que algumas questões e soluções ganham destaque em determinados momentos.
Teoria do Ciclo de Políticas:

Principais Ideias: Descreve as etapas sequenciais pelas quais uma política passa, incluindo a identificação de problemas, a formulação, a implementação, a avaliação e a reformulação.
Contribuição: Fornece uma estrutura para entender o desenvolvimento temporal das políticas públicas e destaca a importância de diferentes estágios.
Teoria da Escolha Pública:

Principais Ideias: Aplica princípios da teoria econômica à análise de políticas públicas, considerando como os atores buscam maximizar seus próprios interesses.
Contribuição: Destaca a importância dos incentivos individuais e a competição entre diferentes interesses na formação de políticas.

Essas teorias, embora distintas, muitas vezes se complementam, oferecendo perspectivas variadas sobre os fatores que moldam as políticas públicas. A compreensão dessas teorias permite aos estudiosos e formuladores de políticas analisar criticamente o processo político e as complexidades envolvidas na elaboração e implementação de políticas públicas.

Quais são as principais teorias das políticas públicas que vocês consideram relevantes e como elas contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas?

Novamente extraímos do material disponibilizado as principais teorias das políticas públicas, são elas:

REDES DE POLÍTICAS PÚBLICAS - redes de políticas públicas reconhece que as políticas são criadas e implementadas por uma rede de atores que incluem governos, organizações privadas, grupos de interesse e cidadãos. A governança é compartilhada entre esses atores, e a colaboração é necessária para atingir os objetivos das políticas públicas.

COALIZÕES DE DEFESA - enfatiza o papel de grupos de interesse que se unem para influenciar a tomada de decisão no processo político. Esses grupos podem ser formais ou informais, e sua capacidade de influenciar a política depende de sua habilidade de construir alianças estratégicas (Sabatier, 1988).

As teorias contemporâneas de políticas públicas destacam a complexidade das políticas públicas e a necessidade de colaboração entre atores diversos. A construção de redes de políticas públicas e coalizões de defesa é vista como uma forma eficaz de lidar com essa complexidade. Além disso, é importante reconhecer a importância tanto da governabilidade quanto da governança para o sucesso das políticas públicas.

A teoria do ciclo das políticas públicas de Harold Lasswell é um modelo conceitual que busca explicar como as políticas públicas são formuladas e implementadas. Segundo o modelo, o processo de formulação e implementação de políticas públicas passa por uma sequência lógica de etapas que vão desde a identificação do problema até a avaliação dos resultados obtidos. O modelo foi proposto na década de 1950 por Harold Lasswell, um dos principais teóricos da Ciência Política.

Tais teorias são relevantes e contribuem tanto na compreensão dos processos políticos e sociais quanto na formulação e implementação de políticas públicas. Apesar de ter sido proposta há mais de seis décadas, a teoria do ciclo das políticas públicas de Lasswell ainda é utilizada por estudiosos e profissionais de políticas públicas. O modelo é considerado útil para entender o processo de tomada de decisão governamental e para guiar ações para melhorar a efetividade das políticas públicas.

TEORIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

As teorias das políticas públicas desempenham um papel crucial na compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas governamentais. Elas oferecem insights valiosos sobre a interação entre diferentes atores, a influência de grupos de interesse, a necessidade de uma governança eficaz e a adaptação contínua das políticas públicas em resposta às mudanças na sociedade. Um exemplo relevante é a Teoria das Redes de Políticas Públicas, que destaca a colaboração entre diversos atores, como governos, organizações privadas e cidadãos, na criação e implementação de políticas. Essa teoria reconhece a complexidade das políticas públicas e ressalta a importância da interconexão entre esses atores para abordar problemas públicos complexos.

Outra teoria contemporânea é a Teoria das Coalizões de Defesa, que enfatiza o papel dos grupos de interesse na influência do processo político. Essas coalizões reúnem membros com sistemas de crenças comuns para coordenar esforços e promover mudanças em políticas públicas. Isso oferece uma compreensão crucial de como os grupos de interesse desempenham um papel significativo na formação e transformação das políticas governamentais. Em conjunto, essas teorias proporcionam uma visão abrangente dos mecanismos subjacentes aos processos políticos e sociais na arena das políticas públicas.

Quais são as principais teorias das políticas públicas que vocês consideram relevantes e como elas contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas?

Com base no texto acima são muitas as teorias que influenciam as politicas públicas, e conforme destacou os autores Rhodes(1997) e Sabatier (1999) as teorias contemporâneas e as de coalizoes de defezas são as mais relevantes e abrangentes, equanto na teoria contemporânias entendem que uma política é criada e implementada pelos diveros autores, como governo, organizações públicas, ongs e pessoas. Na Teoria de coalização de defesa um grupo seleto se organizam para propor e pressionar o tomador de decisão de implementar políticas publicas que atendem seus interesses.
Ainda segundo os autores a gestão de políticas públicas é cada vez mais complexa e envolve diversos atores, tanto dentro quanto fora do setor público.
Com base nessas teórias nota-se que a participação e a pressão popular é algo extremamente necessário tanto ana criação de política publicas quanto na implementação, pois estão os processos de formulação de políticas publicas a todo momento sendo disputado tanto para o bem comum, como também para o bem de indiciduais ou de uns poucos.

Teoria das Políticas Públicas

Dentre as várias teorias das políticas públicas, algumas são consideradas relevantes para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na elaboração e implementação de políticas públicas.
Entre as teorias contemporâneas, destacam-se as abordagens de redes de políticas públicas e coalizões de defesa
No ponto de vista das redes de políticas públicas, assume que as políticas são criadas e implementadas por uma rede de atores que incluem governos, instituições privadas, grupos de interesse e cidadãos. Nela a governança é compartilhada entre esses atores, e a parceria é fundamental para atingir os objetivos das políticas públicas.
Já a abordagem de coalizões de defesa, destaca o papel de grupos de interesse que se unem para influenciar na tomada de decisão no processo político. Esses grupos dependem de suas habilidades de influenciar a política para construir alianças estratégicas.
Temos também a teoria de governança, que destaca a forma de como as políticas públicas são formuladas, implementadas e avaliadas em contextos complexos e dinâmicos. Nesta teoria destaca-se a importância da colaboração e coordenação entre atores públicos e privados em diferentes níveis de governança para alcançar objetivos comuns.
Alguns Autores destacam que essa teoria está focada na necessidade de uma gestão pública mais flexível, focada em resultados e orientada para o mercado.
No nosso entendimento essas teorias enfatizam a importância da cooperação entre atores públicos, privados e civis para resolver problemas complexos, quando combinadas e aplicadas de maneira integrada, oferecem uma compreensão mais completa e rica dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas, que ajudam a analisar os fatores que influenciam as decisões políticas, a dinâmica entre os atores e as complexidades particulares ao campo das políticas públicas.

TEORIAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS – PARTE 1

Existem diversas teorias sobre políticas públicas que contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais. Dentre as teorias que se destacam, podem-se citar as teorias contemporâneas, que são as abordagens de redes de políticas públicas e coalizões de defesa. Essas teorias destacam a necessidade de colaboração entre os atores envolvidos na implementação de políticas públicas.

Novo comentário