Teorias das Políticas Públicas - Parte 2

La gestión integral de políticas públicas | Alcaldes de México

TEORIAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS – PARTE 2

As teorias das políticas públicas são fundamentais para entender a forma como os governos elaboram, implementam e avaliam suas políticas. Dentre as principais teorias, destacam-se a Teoria da Escolha Pública e a Teoria da Escolha Racional, que enfatizam a busca pelo interesse próprio e a maximização dos ganhos individuais na tomada de decisão dos atores políticos. O Incrementalismo, por sua vez, propõe que as políticas públicas se desenvolvem de forma gradual e cumulativa, com ajustes incrementais ao longo do tempo. Já o Institucionalismo destaca a importância das instituições e suas regras na estruturação das políticas públicas. A Teoria dos Fluxos Múltiplos, por sua vez, enfatiza a diversidade de atores e fatores envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas. Por fim, a Teoria do Equilíbrio Pontuado propõe que as políticas públicas são moldadas por momentos de estabilidade seguidos por períodos de mudança significativa.

TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA

Economia Comportamental e Economia da Escolha Pública: um caso de trocas  mutuamente benéficas – Economia Comportamental

A teoria da escolha pública é uma corrente teórica que se desenvolveu no campo da ciência política e da economia, que busca explicar como as decisões políticas são tomadas em sociedades democráticas. Essa teoria parte do pressuposto de que os atores políticos, incluindo os governantes, funcionários públicos e eleitores, agem de forma racional e buscam maximizar seus próprios interesses.

Os defensores dessa teoria argumentam que o processo político pode ser analisado a partir de uma série de modelos matemáticos que se baseiam na teoria microeconômica, aplicada ao comportamento dos atores políticos. Dessa forma, a teoria da escolha pública busca explicar como as decisões políticas são tomadas a partir de interesses conflitantes, e como os atores políticos buscam maximizar seus próprios ganhos.

Um dos principais expoentes da teoria da escolha pública foi o economista James Buchanan, que recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1986, em reconhecimento ao seu trabalho nessa área. Buchanan argumentou que a análise econômica poderia ser aplicada à política, e que as decisões políticas deveriam ser tomadas a partir de um processo que levasse em consideração os interesses de todos os atores envolvidos.

Outro autor importante da teoria da escolha pública é Gordon Tullock, que junto com Buchanan, desenvolveu a ideia de que as políticas públicas são o resultado de um processo de barganha entre os diferentes grupos de interesse, e que a alocação de recursos públicos é determinada pelo poder político dos diferentes grupos envolvidos.

Algumas das principais críticas à teoria da escolha pública apontam para a sua simplificação do processo político, bem como para a sua suposição de que os atores políticos agem sempre de forma racional. Além disso, alguns críticos argumentam que a teoria da escolha pública leva a uma visão limitada da política, que não leva em conta outros fatores importantes, como a cultura, a história e as tradições políticas de um determinado país ou região.

A teoria da escolha racional é uma abordagem teórica que busca explicar o comportamento humano em termos de escolhas racionais e maximização de interesses pessoais. Essa teoria é amplamente utilizada nas ciências políticas, economia e administração pública para analisar decisões individuais e coletivas em diversas áreas, como políticas públicas, tomada de decisão governamental, eleições e organização de empresas.

TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL

Economia Comportamental | LANP

Uma das principais premissas da teoria da escolha racional é a de que os indivíduos são racionais e buscam maximizar seus interesses e benefícios pessoais diante de uma situação de escolha. Isso significa que os indivíduos avaliam as alternativas disponíveis com base em suas preferências e escolhem aquela que lhes oferece o maior benefício em relação aos custos envolvidos.

Outra premissa importante é a de que os indivíduos possuem informações completas e precisas sobre as alternativas disponíveis e seus respectivos custos e benefícios. Além disso, a teoria da escolha racional considera que os indivíduos são capazes de avaliar e comparar as alternativas disponíveis de forma objetiva e racional.

A teoria da escolha racional é frequentemente aplicada em políticas públicas e tomada de decisão governamental para analisar como os governos tomam decisões em relação a políticas públicas, como alocam recursos e quais são as consequências dessas decisões. A teoria é útil para entender as escolhas feitas pelos governos e os motivos por trás dessas escolhas, bem como as preferências dos eleitores e grupos de interesse.

Dentre os principais autores que desenvolveram a teoria da escolha racional, destacam-se James Buchanan, Gordon Tullock, Anthony Downs e Mancur Olson.

O INCREMENTALISMO

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O incrementalismo é uma teoria da tomada de decisão que destaca a natureza gradual e cumulativa do processo de formulação de políticas públicas. Segundo essa teoria, as políticas públicas são desenvolvidas em pequenos passos incrementais ao longo do tempo, em vez de mudanças dramáticas ou radicais.

O incrementalismo tem suas raízes na teoria das ciências políticas e da administração pública, e é frequentemente associado ao trabalho de Charles Lindblom, que o desenvolveu em seu livro "The Science of Muddling Through" (1959). Lindblom argumentou que, dada a complexidade dos problemas enfrentados pelas políticas públicas, é impossível para os formuladores de políticas examinar todas as possíveis alternativas e suas consequências antes de tomar uma decisão. Em vez disso, eles se concentram em soluções incrementais que representam uma continuação gradual das políticas existentes.

Wildasin (1974), Pressman e Wildavsky (1984) e Baumgartner e Jones (1993) são conhecidos por seus estudos sobre o incrementalismo na política pública. O incrementalismo é uma teoria que propõe que as mudanças na política pública ocorrem de maneira gradual e progressiva, em vez de serem resultado de mudanças dramáticas ou revolucionárias.

Wildasin (1974) discute como o processo orçamentário é incrementalista, com as mudanças ocorrendo de forma pequena e gradual a cada ciclo orçamentário. Ele argumenta que as mudanças significativas no processo orçamentário só ocorrem quando há crises financeiras ou políticas.

Pressman e Wildavsky (1984) analisam a implementação de políticas públicas e argumentam que o incrementalismo é uma abordagem comum na implementação de políticas. Eles afirmam que as políticas são implementadas por meio de pequenos ajustes e correções ao longo do tempo, em vez de mudanças drásticas e significativas.

Baumgartner e Jones (1993) argumentam que o incrementalismo é uma característica fundamental da política americana, e que as mudanças políticas ocorrem em pequenos incrementos em vez de mudanças radicais. Eles também enfatizam a importância da agenda política na formulação de políticas públicas, e como a agenda pode mudar gradualmente ao longo do tempo.

Wildasin (1974), Pressman e Wildavsky (1984) e Baumgartner e Jones (1993), portanto, contribuem para a compreensão do incrementalismo na política pública, destacando como as mudanças ocorrem gradualmente e como a agenda política pode afetar a formulação e implementação de políticas públicas. Suas ideias são fundamentais para entender como as políticas públicas evoluem ao longo do tempo e como as mudanças são feitas na prática.

O incrementalismo também enfatiza o papel dos grupos de interesse e da burocracia na tomada de decisões políticas, bem como a importância do consenso e da negociação em vez do confronto e da competição. Essa teoria defende que as mudanças políticas ocorrem através de ajustes graduais nas políticas existentes, que são influenciadas pelos grupos de interesse e pela burocracia.

O modelo incrementalista tem sido criticado por alguns acadêmicos por sua falta de inovação e incapacidade de enfrentar problemas complexos de maneira eficaz. No entanto, outros argumentam que ele é uma abordagem pragmática e realista para a tomada de decisões políticas em um ambiente complexo e em constante mudança.

O INSTITUCIONALISMO

Institucionalismo - O que é, definição e conceito - 2021 Economy-Wiki.com

O institucionalismo é uma abordagem teórica que enfatiza a importância das instituições na análise de fenômenos sociais e políticos. Segundo essa teoria, as instituições são construções sociais que moldam o comportamento humano, limitando ou incentivando certas ações e estabelecendo padrões de comportamento aceitáveis.

Uma das principais vertentes do institucionalismo é o institucionalismo histórico, que argumenta que as instituições são o resultado de processos históricos específicos e que, portanto, são difíceis de mudar rapidamente. O institucionalismo também enfatiza o papel das normas, regras e procedimentos na tomada de decisões políticas e na governança.

Thelen (1999), March e Olsen (1984), Hall& Taylor (1996) e Mahoney (2000) enfatizam a importância das instituições na análise política e argumentam que as instituições são moldadas por processos históricos específicos. Eles também destacam o papel das normas, regras e procedimentos na tomada de decisões políticas e na governança.

TEORIA DOS FLUXOS MULTIPLOS

O Modelo de Fluxos Múltiplos de John W. Kingdon | Download Scientific  Diagram

A teoria dos fluxos múltiplos é uma abordagem teórica que se concentra na interação entre atores em diferentes níveis e em diferentes tipos de governança. Essa teoria sugere que as políticas públicas são criadas e implementadas em vários níveis, através de uma rede complexa de atores públicos e privados que trabalham juntos em múltiplos fluxos.

Um dos principais autores dessa teoria é Anne-Marie Slaughter, que apresentou a ideia de que as políticas públicas são criadas em múltiplos fluxos de interação entre governos, organizações internacionais, grupos de interesse e outras partes interessadas. Outro autor importante é Johan Olsen, que desenvolveu a ideia de que as políticas públicas são criadas através da interação entre atores em diferentes níveis e em diferentes arenas.

TEORIA DO EQUILÍBRIO PONTUADO

Fluxos Múltiplos e Equilíbrio Pontuado. Fonte: Elaborado pelos autores... |  Download Scientific Diagram

A teoria do equilíbrio pontuado é uma teoria de mudança política que argumenta que as políticas públicas tendem a permanecer em um estado relativamente estável por longos períodos de tempo, mas podem ser sujeitas a mudanças rápidas e dramáticas em momentos de perturbação política. Essa teoria é frequentemente aplicada em estudos de políticas públicas, em que se busca entender as mudanças na agenda política e na tomada de decisão.

Os principais autores da teoria do equilíbrio pontuado são Baumgartner e Jones. Eles desenvolveram essa teoria em um livro intitulado "Agendas and Instability in American Politics" (1993), em que argumentam que a política pública é caracterizada por períodos de estabilidade pontuados por mudanças rápidas e dramáticas. Eles argumentam que as mudanças são impulsionadas por eventos políticos, como eleições, crises econômicas, mobilização social e mudanças na liderança política.

Outros autores também contribuíram para o desenvolvimento da teoria do equilíbrio pontuado, como Sabatier e Jenkins-Smith em "Policy Change and Learning: An Advocacy Coalition Approach" (1993) e Pierson em "Politics in Time: History, Institutions, and Social Analysis" (2004).

Referências bibliográficas

BAUMGARTNER, F. R.; JONES, B. D. Agendas and instability in American politics. Chicago: University of Chicago Press, 1993.

BUCHANAN, James M. The Collected Works of James M. Buchanan: Volume 1, The Logical Foundations of Constitutional Liberty. Indianapolis: Liberty Fund, 1999.

DOWNS, Anthony. An economic theory of democracy. New York: Harper & Row, 1957.

HALL, Peter A.; TAYLOR, Rosemary C. R. Political science and the three new institutionalisms. Political Studies, v. 44, n. 5, p. 936-957, 1996.

LINDBLOM, C. E. The science of “muddling through”. Public Administration Review, v. 19, n. 2, p. 79–88, 1959.

MAHONEY, James. Path dependence in historical sociology. Theory and Society, v. 29, n. 4, p. 507-548, 2000.

MARCH, James G.; OLSEN, Johan P. The new institutionalism: organizational factors in political life. American Political Science Review, v. 78, n. 3, p. 734-749, 1984.

MUELLER, Dennis C. Public Choice III. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

OLSEN, Johan P. Governing through Institution Building: Institutional Theory and Recent European Experiments in Democratic Organization. Oxford University Press, 2010.

OLSEN, Johan P. The many faces of Europeanization. Journal of Common Market Studies, v. 40, n. 5, p. 921-952, 2002.

OLSON, Mancur. The logic of collective action: public goods and the theory of groups. Harvard University Press, 1971.

PIERSON, P. Politics in time: history, institutions, and social analysis. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2004.

PRESSMAN, J.; WILDAVSKY, A. Implementation: how great expectations in Washington are dashed in Oakland. 3. ed. Berkeley: University of California Press, 1984.

SABATIER, P. A.; JENKINS-SMITH, H. C. Policy change and learning: an advocacy coalition approach. Boulder: Westview Press, 1993.

SLAUGHTER, Anne-Marie. A new world order. Princeton University Press, 2004.

SLAUGHTER, Anne-Marie. International relations, principal theories. In: International encyclopedia of the social & behavioral sciences. v. 11, p. 7782-7787, 2001.

SLAUGHTER, Anne-Marie. The chessboard and the web: strategies of connection in a networked world. Yale University Press, 2017.

THELEN, Kathleen. Historical institutionalism in comparative politics. Annual Review of Political Science, v. 2, n. 1, p. 369-404, 1999.

TULLOCK, Gordon. The Vote Motive. London: Institute of Economic Affairs, 1976.

WILDASIN, D. E. The politics of the budgetary process. Boston: Little Brown, 1974.

 

Fórum de Discussão

Car@ cursista,

Informamos que a avaliação desta disciplina será realizada através da participação ativa no fórum de discussão. Para isso, é importante que vocês respondam à pergunta proposta ou a qualquer um dos assuntos tratados na aula e também comentem as respostas dos colegas.

Lembrem-se de que a participação é fundamental para o processo de aprendizagem e para enriquecermos nossas reflexões e debates sobre o assunto abordado na disciplina. Portanto, encorajo todos vocês a participarem ativamente do fórum, trazendo suas perspectivas e opiniões sobre o tema.

Além disso, salientamos que a participação no fórum também pode contribuir para a nota de participação, que é uma das formas de avaliação utilizadas nesta disciplina. Dessa forma, é importante que todos se empenhem em participar e contribuir para a construção do conhecimento coletivo.

Lembramos também que o fórum é um espaço de diálogo e respeito mútuo, por isso, é fundamental que todos se expressem com civilidade e cordialidade, evitando qualquer tipo de ofensa ou desrespeito aos colegas.

Por fim, reforçamos o convite para que todos participem ativamente do fórum de discussão, pois isso contribuirá para uma aprendizagem mais rica e efetiva.

Atenciosamente,

Equipe CEGESP

 

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Optamos por esse tipo de procedimento/controle, porque ficará mais fácil tanto para @ cursista quanto para a equipe pedagógica acompanhar a entrega das avaliações.

Desejamos boa sorte na avaliação!

 

Pergunta de Partida:

Olá a todos! Hoje vamos adentrar ao campo da teoria das políticas públicas, uma área que busca compreender os processos de formulação, implementação e avaliação das políticas adotadas pelos governos. Minha pergunta para iniciar nossa discussão é a seguinte:

Continuando a aula anterior, quais são as principais teorias das políticas públicas que vocês consideram relevantes e como elas contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas?

Vamos explorar juntos essas teorias e compartilhar nossas perspectivas e conhecimentos. Aguardo suas contribuições para enriquecer nossa conversa!

 

Tópico: Teorias das Políticas Públicas - Parte 2

Re:Teoria das políticas públicas - parte 2

Concordo. Acredito que todas as teorias das políticas públicas estudadas nesta aula tem sua importância e relevância, para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas.

Teorias das Políticas Públicas - Parte 2

As teorias das políticas públicas tratadas nessa aula oferecem diferentes abordagens para entender como as políticas são formuladas e implementadas. A Teoria da Escolha Pública e a Teoria da Escolha Racional enfocam as decisões dos atores políticos baseadas em seus próprios interesses. O Incrementalismo destaca mudanças graduais ao longo do tempo. O Institucionalismo enfatiza o papel das instituições nas políticas públicas. A Teoria dos Fluxos Múltiplos considera a interação de vários fatores na elaboração de políticas. A Teoria do Equilíbrio Pontuado sugere períodos de estabilidade seguidos por mudanças abruptas. Cada teoria oferece insights sobre como os interesses, comportamentos, estruturas institucionais e eventos externos influenciam a formulação e implementação das políticas públicas.

Teoria das Políticas Públicas

Cada uma das teorias, abaixo, fornecem uma perspectiva distinta sobre como as políticas públicas são formuladas, implementadas e alteradas.
- Teoria da Escolha Pública: Foca em como os indivíduos tomam decisões políticas com base em seus interesses próprios.
- Teoria da Escolha Racional: Baseia-se no pressuposto de que os indivíduos tomam decisões de forma racional, maximizando sua utilidade com base nas informações disponíveis e em suas preferências pessoais.
- Incrementalismo: Sugere que as políticas públicas são formuladas e implementadas através de pequenas mudanças incrementais, em vez de grandes reformas abruptas.
- Institucionalismo: Enfatiza o papel das instituições na moldagem do comportamento dos atores políticos e na definição dos resultados das políticas públicas.
- Teoria dos Fluxos Múltiplos: Sugere que as políticas públicas são formuladas quando três fluxos – problemas, políticas e política – se encontram em uma janela de oportunidade. Esses fluxos operam independentemente, mas sua convergência pode levar à criação de políticas.
- Teoria do Equilíbrio Pontuado: argumenta que as políticas públicas são caracterizadas por longos períodos de estabilidade (equilíbrio) interrompidos por curtos períodos de mudanças rápidas e significativas (pontuações).

Teorias das Políticas Públicas - Parte 2

A complexidade na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas é abordada, em seus diferentes aspectos, por diversas teorias, além das já expostas na aula anterior. Podemos citar a Teoria da Escolha Pública e a Teoria da Escolha Racional, que enfatizam o interesse próprio como fator determinante no processo de políticas públicas. O Incrementalismo que advoga que esse processo ocorre de forma gradual ao longo do tempo, o Institucionalismo, que enfatiza o papel das instituições e das normas na construção das políticas sociais, a Teoria do Fluxos Múltiplos, que destaca a complexidade e a influência dos diversos atores, em diferentes níveis e interações e a Teoria do Equilíbrio Pontuado, que à semelhança do Incrementalismo, destaca a relativa estabilidade das políticas públicas.
A Teoria da Escolha Pública pontua que na formulação de políticas públicas os diversos indivíduos e grupos envolvidos agem de forma racional e atendendo a busca de satisfação de seus próprios interesses. O poder político, a influência e a negociação são partes integrantes do processo de politicas públicas. A Teoria da Escolha Racional também enfatiza a racionalidade e o objetivo do interesse próprio. Também afirma que os indivíduos possuem informações completas e consciência das alternativas possíveis e que agem de forma objetiva e racional.
O Incrementalismo é uma teoria que entende que o processo de políticas públicas se desenvolve de forma gradual, incremental, sem alterações bruscas. Isso ocorre devido à complexidade do processo de formulação e devido à dificuldade de percepção de todas as alternativas e seus desdobramentos. Mudanças radicais só ocorreriam em decorrência de crises políticas ou econômicas. Essa perspectiva é compartilhada, segundo entendo, pela Teoria do Equilíbrio Pontuado, a qual dá destaque à estabilidade das políticas públicas por longos períodos de tempo, interrompida em períodos de alteração brusca do contexto político e econômico, como revoluções, crises econômicas e sociais, alterações profundas na direção política do país entre outras.
A Teoria dos Fluxos Múltiplos enfatiza a contribuição dos atores envolvidos, governamentais e não governamentais, no processo de formulação de políticas públicas, em diversos níveis e graus de interação, relações e influências. Essa teoria compreende que o processo de políticas públicas é condicionado por 3 fluxos centrais: Fluxo de Problemas, Fluxo de Soluções e Fluxo Político. No Fluxo de Problemas os formuladores de políticas públicas tornam uma questão em um problema que pode ser resolvido e ser tratado por política pública e para isso levam em conta estudos recomendados, relatórios de avaliação e diagnósticos setoriais. O Fluxo de soluções abrange a viabilidade técnica da política pública, a aceitação pela comunidade e os custos toleráveis. O Fluxo Político na formulação da agenda de políticas públicas representa a influencia do humor político, o contexto das forças políticas no momento histórico e mudanças no governo.

Teoria das políticas públicas 2

Prosseguindo na Teoria das Políticas Publicas.
Elas são essenciais para entender a estrutura de governo em relação às políticas públicas, como são elaboradas, implementadas e avaliadas.
Teoria da escolha pública
Os defensores dessa teoria argumentam que o processo político pode ser analisado a partir de uma série de modelos matemáticos que se baseiam na teoria microeconômica, aplicada ao comportamento dos atores políticos. Dessa forma, a teoria da escolha pública busca explicar como as decisões políticas são tomadas a partir de interesses conflitantes, e como os atores políticos buscam maximizar seus próprios ganhos.
Teoria da escolha racional
Uma das principais premissas da teoria da escolha racional é a de que os indivíduos são racionais e buscam maximizar seus interesses e benefícios pessoais diante de uma situação de escolha. A teoria da escolha racional considera que os indivíduos são capazes de avaliar e comparar as alternativas disponíveis de forma objetiva e racional.
O incrementalismo
Segundo essa teoria, as políticas públicas são desenvolvidas em pequenos passos incrementais ao longo do tempo, em vez de mudanças dramáticas ou radicais.
O institucionalismo
É uma abordagem teórica que enfatiza a importância das instituições na análise de fenômenos sociais e políticos. Uma das principais vertentes do institucionalismo é o institucionalismo histórico, que argumenta que as instituições são o resultado de processos históricos específicos e que, portanto, são difíceis de mudar rapidamente. O institucionalismo também enfatiza o papel das normas, regras e procedimentos na tomada de decisões políticas e na governança.
Teoria dos fluxos múltiplos
A teoria dos fluxos múltiplos é uma abordagem teórica que se concentra na interação entre atores em diferentes níveis e em diferentes tipos de governança. Essa teoria sugere que as políticas públicas são criadas e implementadas em vários níveis, através de uma rede complexa de atores públicos e privados que trabalham juntos em múltiplos fluxos.
Teoria do equilíbrio pontuado
È uma teoria de mudança política que argumenta que as políticas públicas tendem a permanecer em um estado relativamente estável por longos períodos de tempo, mas podem ser sujeitas a mudanças rápidas e dramáticas em momentos de perturbação política. Essa teoria é frequentemente aplicada em estudos de políticas públicas, em que se busca entender as mudanças na agenda política e na tomada de decisão.

Teorias das Políticas Públicas Parte II

Dentre as teorias estudados neste tópico as que melhor contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais na formulação e implementação de PP no Brasil são:
(1) o Incrementalismo, demonstrando que a tomada de decisão tem natureza gradual e cumulativa no processo de formulação de PP. Tem sua origem nas ciências políticas e administração pública - trabalhada por Lindbom , explicando que é impossível os formuladores de pp examaniarem todas as possíveis alternativas logo as soluções incrementais representam a continuação gradual das políticas existentes. Tem como exemplo o ciclo orçamentário – críticas pela falta de inovação e incapacidade de resolver problemas complexos, mas é uma abordagem pragmática e realista de tomada de decisão.
(2) Teoria dos fluxos múltiplos - de Anne-Marie Slaughter e Johan Olsen, que desenvolveu a ideia de que as políticas públicas são criadas através da interação entre atores em diferentes níveis e em diferentes arenas, em especial considerando que o Brasil é um República federativa de extersão territorial continental, o que definitivamente impacta sobremaneira no processo de PP.

Continuando a aula anterior, quais são as principais teorias das políticas públicas que vocês consideram relevantes e como elas contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implementação de políticas públicas?

Inicialmente, entendo como relevantes a Teoria da Escolha Racional, que prioriza a busca pelo interesse público e a potencialização dos ganhos individuais durante a tomada de decisão dos atores políticos. Além dessa, também considero importante a Teoria do Institucionalismo, a qual ressalta a importância das instituições e suas regras na estruturação das políticas públicas. Sendo que essas teorias são essenciais para compreender como os governos elaboram, implementam e avaliam suas políticas.

Como as principais teorias das políticas públicas contribuem para a compreensão dos processos políticos e sociais envolvidos na formulação e implantação de políticas públicas?

As teorias das políticas públicas são fundamentais para entender a forma como os governos elaboram, implantam e avaliam as políticas públicas. Além disso; permite compreender como as políticas públicas evoluem ao longo do tempo, como as mudanças são realizadas na prática e sem esquecer o papel das normas, regras e procedimentos na tomada de decisões políticas.

Quais são as principais teorias das políticas públicas que vocês consideram relevantes?

Dentre as principais teorias, destacam-se o incrementalismo e o institucionalismo. O incrementalismo é uma teoria que propõe que as mudanças na política pública ocorrem de maneira gradual e progressiva, em vez de serem resultados de mudanças drásticas ou revolucionárias. O institucionalismo é uma abordagem teórica que enfatiza a importância das instituições na análise de fenômenos sociais e políticos; ou seja, as instituições moldam o comportamento humano e limitam ou incentivam certas ações e estabelecem padrões aceitáveis.

Teorias das políticas públicas - Parte 2

As diversas teorias sobre políticas públicas apresentadas mostram como esse tema é relevante e permite diferentes perspectivas de análise, além de possibilitar compreender como os governos elaboram, implementam e avaliam suas políticas.
Teoria da escolha pública – essa teoria foi desenvolvida no âmbito da economia e da ciência política, e pretende explicar como as decisões políticas são tomadas nas sociedades democráticas, e que todos os atores envolvidos prezam pelos seus próprios interesses, por isso algumas escolhas geram conflitos entre os indivíduos envolvidos.
Teoria da escolha racional - segundo essa teoria, os indivíduos analisam e escolhem as opções apresentadas de forma objetiva e racional, e de acordo com seus interesses e suas inclinações, optando por aquela que oferece mais benefícios.
Institucionalismo – é uma corrente teórica que aborda a relevância das instituições na análise sobre eventos sociais e políticos. Com a crescente importância das instituições no cenário moderno e contemporâneo, elas tornaram-se mais complexas e com maior protagonismo na sociedade, sendo vistas como construções sociais capazes de moldar o comportamento humano. Essa teoria ressalta a função das normas, regras e procedimentos na tomada de decisões na política.
Essas teorias possibilitam conhecer as dinâmicas políticas, sociais e econômicas, bem como as concepções que fundamentam e norteiam a construção das políticas públicas. Cada uma ressalta e analisa pontos específicos das dinâmicas sociais e políticas que permeiam a elaboração das políticas públicas.

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